sábado, 23 de janeiro de 2016

NEM SEMPRE DÁ PRA SER BOM!

Nem sempre dá para sermos bons, por mais dedicados ou zelosos com nossas atitudes, palavras e sentimentos.

Não dá para agradarmos a nós mesmos e aos outros em todo tempo; isto é óbvio.  Só que vez ou outra estamos nós, seres humanos, sofrendo pela impossibilidade de sermos efetivamente bons.

É verdade que podemos ter um âmago de bondade dentro de nós que nos faz considerar o próximo e querer a paz mundial, etc.

Também acredito ser verdade que esse sentimento pode ser ampliado, ensinado e cultivado. Eu só não acredito na possibilidade da instituição de uma bondade plena em um altruísmo exacerbado que coloque o homem como uma divindade para com os seus semelhantes.

Ora, como poderia o homem estar para si e para o outro em todos os sentidos? Ou mesmo como procederia aquele que viria a priorizar de forma igualitária o seu querer e o dos outros?

Mas não seria isso (em tese) o casamento ou qualquer relação dialética que se estabeleça? Um encontro de expectativas das mais distintas que eclodem em um ponto singular?

Diante desse cenário um elemento passa então a ser mais comum do que se espera: A decepção!

Se você concorda comigo até este ponto, então porque se ressente tanto diante de alguém que se diz decepcionado com você?

É evidente que erramos e que nossos erros imputam em consequências sérias, entre elas o direito do outro de se ressentir. Mas o que estou tentando abordar aqui é algo para além daquele sentimento de ter "pisado na bola".

Tem gente que sofre diante dos olhares que lhe são imputados por não conseguir ser o primeiro colocado de sua turma; nem o mais cotato à promoção profissional. Tem gente que sofre muito por não ser lembrado ou reconhecido.

Torno a dizer: Nem sempre dá para ser bom!

E olha que pensar assim não faz de mim ou você alguém pior.

Nem sempre dá para vencer, por mais preparado ou habilidoso que você se julgue ser. A vida é uma engrenagem autônoma. Ela gira em círculos, porém em uma velocidade totalmente independente da nossa vontade.

Chega um tempo em que é preciso deixar os ressentimentos de lado e parar de nos culpar por isso ou por aquilo. Não há um memorial que nos seja acessível e que descreva com exatidão o rumo que nossa vida há de tomar. Vamos construindo ao longo dos dias a nossa história e nos enxergando cada vez mais através dela.

O fato de não alcançarmos a perfeição pretendida não faz de nós pessoas ruins ou perdedoras. Esse pensamento é mercantilista e altamente prejudicial.

Somos o que somos. Nem tão bons, nem tão maus. Estamos por ai, em algum meio.

Não há bondade que resista a uma injustiça praticada contra nós ou aos nossos. Não há perfeição que dure diante da ineficácia total das ações ditas perfeitas. O perfeito só é assim porque lhe é dada tal prerrogativa.

Por certo que não nos orgulhamos de nossas falhas, mas o fato de não sabemos operar com elas não as fazem imperceptíveis.

Eu prefiro andar por um caminho tortuoso que me traga aprendizado, do que por um amplo, previsível e sem glórias, ainda que isso decepcione os expectadores. Aliás, já passou da hora de aprendermos a lidar com a plateia que sentada assiste todos os nossos atos e nos julga segundo aquilo que esperam.

Aplauso e fôlego são coisas distintas.

"Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas". (1 João 3:20)





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