segunda-feira, 27 de julho de 2015

BABEL: UM POVO, UMA TORRE E UM POTENCIAL DE INVENCIBILIDADE

Dia desses me peguei lembrando das manifestações populares ocorridas no Brasil em junho de 2013, à época da nossa Copa das Confederações. Pude assistir atônito várias transmissões da TV noticiando os confrontos de manifestantes contra a Polícia, paralisações de transportes urbanos, bombas de efeito moral, barricadas em chama e um clima de muita apreensão.
Lembrei-me do lindo texto de Genêsis capítulo onze.
"E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.
E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali.
E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal.
E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.
Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;
E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.
Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.
Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.
Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra."
(Gênesis 11:1-9)

Poucas vezes eu ouvi de uma intervenção preventiva tão direta da parte de Deus sobre uma organização humana. Acho no mínimo curioso o fato de Deus espalhar e confundir os homens por entender do que seriam capazes.

A união daquele povo era uma mostra para os céus, do potencial de conquista inapreensível.
O texto expõe com clareza o poder da união, da massa e do alinhamento de pensamento mediante um único objetivo.

Sabemos que desde Babel, trabalhar em grupo tem sido uma arte. Apesar de comungarem o mesmo idioma, nem sempre as pessoas falam a mesma língua. A divergência de entendimento é hoje, um dos principais fatores de distanciamento entre as pessoas.  

Os homens daquele vale eram determinados, pois permaneciam firmes em um único objetivo: serem invencíveis. Para isto, era evidente que havia uma condição mental propicia a perseguir o objetivo a que se propuseram. 
Contudo, iniciando minha investigação sapiente na busca do segredo daquele povo que conseguiu incomodar a Deus, percebo que somente a determinação (princípio mais óbvio), não foi suficiente para tamanho feito, havia mais algo que lhes foram comum e que contribuiu sobremaneira para o (quase) sucesso daquele povo.

Não sei quanto a você leitor, mas o texto me chama muito a atenção para o poder de iniciativa oriundo de uma massa. E alguns outros princípios acabam por me saltar os olhos.

O texto ressalta três medidas tomadas pelo povo:
A  DETERMINAÇÃO;
Uma ESTRUTURA organizada;
Uma LIDERANÇA eficaz.

Sem os tijolos não haveria torre; sem uma estrutura o projeto seria apenas uma ideia. É a estrutura que dá suporte para transformar planos em projetos.

Vejo na expressão "Eles disseram uns aos outros...", a possibilidade desses "uns" terem liderado os "outros", Uma vez que uma estrutura sem liderança não passa de um projeto estagnado.

Deus sempre levantou homens para liderar seu povo ao longo dos anos, e quanto a isso, a Bíblia nos dá basicamente duas versões de liderança, a liderança chamada e a liderança disposta.

A liderança chamada é aquela que nem sempre está disposta, mas sempre é capaz de executar a missão que lhe é confiada. É o caso de Moisés... De Jonas, entre outros.

A liderança disposta é aquela que prontamente se oferece e impregna à missão confiada, o talento que dispõe. É o caso do profeta Isaías, que diante da interrogação de Deus, se apresentou como estava. A liderança disposta recebe o chamamento de outra forma, e se permite deixar sentir, envolver, bem antes de atuar.

Ufa. Voltando as manifestações no Brasil, dá pra perceber que embora havia determinação, faltou talvez uma estrutura que lhes desse suporte para o pleito a que julgavam legitímo e principalmente, faltou liderança para organizar aquele movimento. Talvez se eles tivessem agido feito o povo em Babel, conseguiriam muito mais do que lhes foi oferecido. Só acho!

Fica, portanto, para nós, a compreensão de que o ser humano é forte quando consegue desenvolver em sua coletividade, projetos alavancados por uma boa estrutura e uma liderança competente. É o que tenta fazer a máquina administrativa e os representantes do povo, nesta época. Corrompidos pelo pecado, há de se dizer.

Uma crítica ao nosso modelo de organização, com base da dimensão em que chegou a associação de Babel, ou, de onde teriam chegado sem a intervenção do próprio Deus.

Nada contra aos desafios de fé, muito pelo contrário, mas... Se você anseia progredir em sua vida material, aprenda com o povo do vale, a importância de ser determinado, angariar uma estrutura e desenvolver uma liderança.

Que a semente não caia em meio a rochas!
Paz.

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