sábado, 18 de julho de 2015

O DRAMA DAS CAVERNAS

Sabe aqueles dias em que tudo que a gente deseja e não ter saído da cama?

Quando parece dar tudo errado e você pensa que se não tivesse deixado sua casa pela manhã, talvez as coisas seriam diferentes? Pois bem... Estamos falando do famigerado dia mal. No dia mal a gente costuma arrumar confusões, encrencas e passar por situações que nem sempre possuem um desfecho prazeroso.

Não há um manual sobre como enfrentar o dia mal. A Bíblia nos apresenta em Efésios 6:13-18, uma série de ferramentas, sob a alegoria de uma armadura romana, para que possamos RESISTIR o dia mal. Mas que este vem, isso é fato.

A falácia de que a vida cristã seria um "mar de rosas", repleto de dias ensolarados e completamente felizes, já caiu há tempos. Enfrentamos no dia a dia muitas decepções, doloridas expressões de ira e muita angustia, sobre o quanto o outro nos afeta. E na maioria das vezes, ao passarmos por agruras, tendenciosamente fugimos do ambiente estressor.

A exemplo disso temos Adão (Gn 3:10). Adão se escondeu de Deus, após corromper Sua ordenança. Este comportamento é reproduzido sistematicamente dentro de nós.

Algumas destas fugas, nos levam a cavernas, ambiente que a Bíblia referencia como lugar de silêncio e temores (ISm 22:03).

A caverna representa sempre um esconderijo para o que teme.

Faço menção de dois clásssicos biblicos.

Elias (IRs 19)

Embora fosse em seu ministério, um homem grandiosamente usado por Deus, Elias passou a temer a afronta direta e pessoal que recebeu, evidenciando assim, toda a fragilidade de sua humanidade.

Ele entrou no deserto e deixou para clamar lá; foi-se e sentou sob o Zimbro (árvore reconhecida por ter um formato em cone e produzir pouca sombra).

Sua fragilidade é evidenciada quando este diz a Deus: Já basta Senhor! Ora a Bíblia nos admoesta quanto ao princípio hierárquico da obediência, que prevê o subterfugio da obediência e fidelidade acima dos questionamentos.

Elias entra na caverna e Deus o questiona sobre o que ele faz ali. Esse é o gancho do nosso argumento: Sempre nos perguntar, o que estamos fazendo onde estamos.

O que estamos fazendo quando as coisas não vão bem?

O que estamos fazendo quando o sentimento de impotência vem sobre nós? O que estamos fazendo quando não estamos fazendo nada? Qual o poder devastador da inércia?

O desânimo de Elias foi maior que seu chamado quando este estava na caverna; a postura de fugitivo já lhe era cômoda, pois passava a ele a pseudo sensação de segurança.

Davi (ISm24)

A Bíblia nos apresenta outra alegoria da caverna, desta vez sobre outra perspectiva.

Davi usou a situação da caverna para definir sua situação. A maioria das pessoas com conflitos ameaçadores tendem a diminuir o ritmo de busca a Deus, por acreditarem que aquela situação não faz parte do projeto que Ele tem para suas vidas. Isto é um engano. Toda crise pode ser encarada como uma oportunidade, por isto a importância de sempre estarmos nos questionando sobre o que estamos fazendo onde estamos.

Voltando a história de Davi em En-gedi, havia um risco de morte, mas também havia uma promessa de vitória. As promessas são feitas para servirem de motivação em tempos de aflição. Se assim não fosse, Deus não prometeria, mas nos entregaria tudo o que tem para nós de imediato. Davi mesmo se questiona no salmo 42:11 "Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus."

Não devemos perder a visão da promessa que Deus nos garante, este é o combustível da nossa fé. 

Na caverna, Davi é incitado por terceiros, a agir contra Saul, com base até na promessa que este detinha. Grande ensinamento temos ai: Não podemos nos precipitar, agindo pela circunstância. Nunca devemos agir de dentro da caverna, pois de lá, nossa visão é limitada.

Verso 08 de ISm 24 diz que Davi SE LEVANTOU e SAIU. Para sair é necessário levantar, estar em pé. 

Conheço muitos irmãos na fé que desistiram do propósito em suas vidas por procrastinar...   Deixar para se posicionar sempre no próximo culto, na próxima campanha, no próximo desafio.

Davi resolveu seu conflito fora da caverna. Se estivesse acomodado naquele local, jamais se tornaria Rei de Israel.

Contemplemos a pouco histórias parecidas mas com desfechos completamente diferentes. Enquanto Elias findou seu ministério ao fragilizar-se frente a afronta pessoal que recebera, Davi que se encontrava em uma posição de perseguição,  percebe a oportunidade e usa a caverna a seu favor. 

Assim é a crise em nossas vidas. Ela tanto pode vir e levar consigo nosso vigor, nossa alegria de servir a Deus, como pode ser a situação que nos faltava para remanejar e repensar velhas condutas.

Está cansado, amigo? Procure pelo Esconderijo do Altissimo... E se por ventura experienciar o drama da caverna... Use-a a seu favor!

Que a semente não caia a beira do caminho...
Deixe sua alma gritar!!

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