sexta-feira, 16 de outubro de 2015

ONDE A TECNOLOGIA NÃO ME ALCANÇA

Não há dúvidas de que vivemos em um tempo de quebra de paradigmas. Os padrões sociais encontram-se em pleno processo de transformação, resquício da famigerada era da informação onde o "bum" das inovações tecnológicas garantiram ao sujeito, uma melhor compreensão de si e do meio onde vive. 

A notícia que era até então buscada, produzida e distribuída, passou a ser vista em tempo real, possibilitando ao expectador relatar suas impressões, numa espécie feed back sobre o fato ocorrido, permitindo que este ganhasse voz e notoriedade. Iniciou-se então a era dos "likes".

Dito isto, eu pergunto: Será que esta geração estava preparada para tantos avanços? Será que não são os impactos desta modernização, a razão de tanto desajustes comportamentais?

Era de se presumir que a tecnologia haveria de aproximar as pessoas, mas no entanto, o que vemos são seres de dedos inquietos, com fones nos ouvidos, apáticos a realidade, mas ligados a esta mesma realidade, só que em formato virtual.

Talvez houvesse quem esperasse que a consequência de tanta pesquisa científica fosse refrear  os índices de mortalidade. Doce ilusão; a guerra recorrente, aliada a crescente alta nos índices criminais dos grandes centros, batem e em muito, a expectativa de vida dos nossos jovens. Morre-se mais do que se salva.

Nada contra ao avanço tecnológico, caminho sem volta, mas cabe aqui uma crítica sobre o que temos nos tornado.

O afeto nunca poderá ser substituído. Nenhuma tecnologia jamais poderá nos preencher em todas as nuances. A modernidade tende a nos conferir tal ilusão.

O fast food pode até nos garantir praticidade e satisfação, mas nunca a alegria compartilhada em um almoço de domingo na casa da mãe.
O controle remoto propicia conforto, mas não nos ensina nada sobre autonomia e poder de decisão na vida.
O ar condicionado torna o ambiente mais agradável, mas não a vida mais feliz!

Estamos inseridos em uma época onde tudo demanda agilidade, tudo precisa ocorrer mais depressa: é o filho que cresce de uma hora para outra sem, contudo, ser percebido; é o sono que mingua a cada noite, é o coração que acelera até o colapso...

Somos obrigados a nos adequar ao  modelo execrador das relações de consumo sem almenos sabermos de fato o que queremos. O desejo anda na moda. 

Nos perdemos sempre  a medida em que encontramos a tendência, e assim tendemos a gostar quase das mesmas coisas e a aprovar o que a coletividade aponta como sendo certo.

Eu sei que não dá para ser um ermitão, subir as montanhas para ter uma vida alternativa, e que ter um "celularzinho" não faz mal a ninguém. Mas o que está em jogo aqui é até onde conseguimos absorver as facilidades que a tecnologia nos garante, sem o detrimento do nosso ritmo de vida, das nossas escolhas e principalmente das nossas relações de afeto.

Uma vida plena pode nem sempre ser uma vida prática, mas com certeza, uma vida de conteúdo.

"Uns confiam em carros, outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus." (Sl 20:07)




















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