sábado, 6 de fevereiro de 2021

AMOR TOLERANTE TEM PRAZO DE VALIDADE



Um dia, armei um alçapão no quintal da minha casa e capturei um pardal. Pardal é marrom, não canta, não é bonito, mas mesmo assim instalei o bichinho numa gaiola de bambu bem ajeitada. No primeiro dia, ele ficou se debatendo nas grades, querendo de volta sua liberdade.

No segundo, amuou. Ficou quietinho no canto, triste, ressabiado. Nem no poleiro ele ia. Recusava o alpiste farto, a água cristalina, o ovo cozido, as sementes de jiló. Achei que ia morrer de tristeza.

No terceiro dia, abri a gaiola e ele saiu em disparada rumo ao céu. Foi aí que eu tive a minha primeira lição sobre tolerância.

Corações são lugares habitáveis para aqueles que estão cansados de vagarem só na imensidão livre do céu azul. 



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