A fisiologia humana é algo genial. Tudo no seu lugar e com seu devido funcionamento. Veja bem, tudo o que temos aos pares, certamente no permite um maior desempenho.
Temos, como diz certa canção: "São dois olhos, dois ouvidos mas a boca é uma só." Anatomicamente temos condições para desenvolver uma maior observação a cerca dos fatos nos quais estamos inseridos. Pena que nem sempre esta verdade é interiorizada.
O exercício de olhar para dentro de si, quase sempre é desprezado. Mas questionar a si mesmo deveria ser um comportamento bastante comum
principalmente diante de alguma adversidade.
Devíamos aprender a dar uma olhadinha no retrovisor. Parar e pensar o porquê das coisas, aprendendo assim a diferenciar o que é fatalidade e o que é consequência.
Mesmo sendo uma postura mais difícil de ser tomada, o exercício de olhar para dentro de si pode ser uma fonte de respostas a várias incógnitas que trazemos conosco. Imagine o cego Bartimeu (Mc 10:46) ao ser
interpelado por Jesus em sua indagação: "O que queres que eu te faça?" Se Bartimeu não olhasse (cego olhando...) para o seu passado sem contemplar as agruras pelas quais passou, talvez pediria por riquezas, conquistas ou qualquer outra coisa que fugisse de sua cegueira. Mas diante de tantas
circunstâncias, tantas dores, tantos desprezos... Toda a sua vivência talvez tenha o
impulsionado a ser assertivo, gritar por Jesus e clamar: "Senhor, que eu torne a ver!"
Refletindo sobre a vida o cego percebo que os olhos da alma precisam estar abertos em todo o tempo. E
que muitas situações em nossas vidas, devem ser observadas não só com
uma ótica de dor ou desfavorecimento, e sim como um parâmetro. Um
impulso para ir além.
Mais uma vez eu digo não a área das possibilidades
para viver a área das certezas... Fé é isso! Deixe seu passado como parâmetro, como um objeto de estudo e não como uma influência constante. A dor nos ensina muito sobre a nossa força, sobre as escolhas assertivas e as erradas também.
Limpe seus retrovisores!
Paz.
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